Não dá pra contar em uma mão o total de shows que fui do senhor John Michael Osbourne, vulgo Ozzy Osbourne, seja em sua banda solo ou com o Black Sabbath, e se tem algo que eu aprendi indo religiosamente a todos os shows do madman que fossem possíveis, é que ele nunca decepciona, da mesma forma que ele pouco mexe no seu setlist, recheado de clássicos.
E por falar em setlist, depois de ter visto o Black Sabbath no ano passado, acho que as 3 músicas da sua banda original que ele tocou na ótima noite de domingo no Allianz Parque, só ocuparam espaço de clássicos que acabaram sendo esquecidos, como por exemplo: Breaking All The Rules, Diary of a Madman e Over The Mountain. Mas não quero ser ingrato, do alto dos seus 69 anos de idade e com inúmeros serviços prestados ao rock, se o Ozzy quiser tocar um cover do É o Tchan, ele pode, e eu estarei lá pra bater cabeça mesmo assim.
Hora do show!
A apresentação começou exatamente na hora marcada, ao lado do seu fiel escudeiro Zakk Wylde, que felizmente voltou pra banda, e acompanhado também do baixista Blasko, do baterista Tommy Clufetos e pelo tecladista Adam Wakeman, Ozzy deu um show, e apesar de uma ou outra escorregada da sua voz, o que é normal dada a idade do velho, tenho certeza que ninguém voltou pra casa decepcionado com o show.
A noite começou com Bark at the Moon, Mr. Crowley e I Don´t Know, e depois dessa trinca, o príncipe das trevas já tinha o público nas mãos. Era hora de tocar a primeira música do Black Sabbath, veio então Fairies Wear Boots, e guitarra de Zakk Wylde consegue deixar a música ainda mais sombria e pesada, com aquele ar de música do Black Label Society. Ao logo de toda a sua carreira, o velho Ozzy fez questão de ter ao seu lado exímios guitarristas, e depois da morte de Randy Rhoads, Zakk é disparado o melhor deles.
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A sequência foi com a ótima Suicide Solution, e Mr. Crowley, clássico absoluto da carreira de Ozzy, nela o vocalista encarnou aquele olhar louco, numa interpretação bastante teatral, e claro que todo mundo foi ao delírio, é muito legal ver que ele ainda tem disposição pra animar plateias e se vê claramente que ele se diverte no palo. Pra dar um quebrada na loucura que a apresentação se encaminhava, era hora de acalmar os ânimos com a linda Road To Nowhere.
De volta aos anos 80
War Pigs foi executada com maestria pelos músicos e aquele clima sombrio de Black Sabbath estava de volta, depois disso Ozzy foi tomar um ar nos bastidores enquanto a banda executou um medley de músicas e Tommy Clufetos teve tempo de fazer seu solo de bateria.
Com o setlist já se encaminhando para as últimas músicas, era hora de mais clássicos, vieram Flying High Again, Shot In the Dark, I Dont Want to Chenge the World e Crazy Train, e assim fomos transportados direto para os anos 80. Mama, I´m Coming Home e Paranoid fecharam a noite de pura nostalgia.
As mais de 40 mil pessoas que foram ao Allianz Parque pra se despedir de Ozzy puderam voltar pra casa com o coração apertado pela turnê de despedida, mas completamente satisfeitos por estarem mais uma vez ao lado de um dos vocalistas mais importantes da história do rock e do metal.
Obrigado por tudo, Ozzy!
Setlist:
- Bark at the Moon
- Mr. Crowley
- I Don’t Know
- Fairies Wear Boots (Cover de Black Sabbath)
- Suicide Solution
- No More Tears
- Road to Nowhere
- War Pigs (Cover de Black Sabbath)
- Miracle Man / Crazy Babies / Desire / Perry Mason (Solo de Zakk Wylde)
- Solo de Bateria
- Flying High Again
- Shot in the Dark
- I Don’t Want to Change the World
- Crazy Train
- Mama, I’m Coming Home
- Paranoid (Cover de Black Sabbath)